Normalmente quem está fora da
Maçonaria, no mundo profano, ouve habitualmente
referências a salários, pagamentos de salários, aumentos de salários e afins…
Hoje venho abordar um pouco sobre o
que este tema concerne, e porque dado ainda me encontrar investido nas funções
de Primeiro Vigilante da Respeitável
Loja da qual ainda sou obreiro do seu quadro de membros, fará todo o sentido o
abordar.
Numa Loja Maçónica quem tem o dever
de, ritualmente, pagar os salários
aos obreiros da Loja é o Primeiro Vigilante que se encontre em funções na
Respeitável Loja.
A palavra salário deriva da palavra
latina “salarium” e era a forma como eram pagos os vencimentos dos soldados na
Roma Antiga, a qual era feita através de sal, perpetuando-se o uso dessa
expressão até aos presentes dias.
Há referências ao pagamento de
salários aos operários de construção civil da Idade Média e de épocas posteriores
a esta, nas “Old Charges” ou “Cartas de Deveres”, tendo esses pagamentos sido regulados e
regulamentados através da elaboração deste tipo de documentos.
Já na Maçonaria actual, este dito
“pagamento” é feito através da obtenção de conhecimento,
da progressão gradativa na Ordem,
pois nada ou ninguém pode esperar
ser ressarcido do seu labor de outra forma que não esta.
- Não esquecer que os metais são
deixados fora do Templo - .
Apenas o
auto-aperfeiçoamento moral de cada um, executado com o aproveitamento da
utilização da vasta simbologia maçónica ao seu alcance e da boa compreensão das
alegorias que revestem a Maçonaria, da prática da fraternidade entre todos e
aplicando a filosofia maçónica na sua vida, serão a melhor retribuição que o
maçom pode esperar para si; aliás no Salmo 128:2:
“Pois
comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem” reside o “core”
do salário do Maçom.
E é nas Sagradas
Escrituras Cristãs que encontramos também menção ao direito ao salário de quem
trabalha e à hora a que o mesmo deve ser realizado, nomeadamente em Mateus 20:6-9: “E, saindo perto da hora undécima, encontrou outros que estavam
ociosos, e perguntou- lhes: Por que estais ociosos todo o dia?
Disseram-lhe eles: Porque ninguém nos assalariou. Diz-lhes ele: Ide vós também para a vinha, e recebereis o que for justo. E, aproximando-se a noite, diz o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama os trabalhadores, e paga-lhes o jornal, começando pelos derradeiros, até aos primeiros. E, chegando os que tinham ido perto da hora undécima, receberam um dinheiro cada um.”.
Disseram-lhe eles: Porque ninguém nos assalariou. Diz-lhes ele: Ide vós também para a vinha, e recebereis o que for justo. E, aproximando-se a noite, diz o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama os trabalhadores, e paga-lhes o jornal, começando pelos derradeiros, até aos primeiros. E, chegando os que tinham ido perto da hora undécima, receberam um dinheiro cada um.”.
Saliento ainda que o local onde este
salário deve ser realizado é sugerido em Rute 2:19 : ”Então
disse-lhe sua sogra: Onde colheste hoje, e onde trabalhaste? Bendito seja
aquele que te reconheceu. E relatou à sua sogra com quem tinha trabalhado, e
disse: O nome do homem com quem hoje trabalhei é Boaz.”.
Também o trabalho executado pelo Maçom o foi realizado
através da sua própria força! Por isso nada melhor que também esta (força) seja
relevada e que ele aufira o seu pagamento, nada menos que, na Coluna que a Força representa.
E qualquer maçom pode ver aumentado este seu salário, pois com estudo, empenho,
frequentando os trabalhos das sessões da sua Respeitável Loja e apresentando
Trabalhos que demonstrem os seus conhecimentos, assim poderá tal acontecer;
sendo isso traduzido pelo aumento da sua graduação na Loja, subindo de Grau na
Maçonaria.
Deste modo, retiro qualquer dúvida que possa haver face
ao pagamento de salários na Maçonaria,
porque ninguém pode esperar qualquer proveito ou retorno económico com a sua
adesão a esta tão Augusta Ordem. Aliás, por norma passa-se o seu reverso,
despende-se é algum tempo e dinheiro com a pertença a esta Instituição,
nomeadamente são gastos temporais com a presença e frequência das sessões da Loja
a que se pertença ou outras que se visite bem como com gastos financeiros
referentes ao pagamento de quotas mensais e de subidas de graus, para além das
tão habituais contribuições para os fundos de maneio das Lojas e seus “Troncos da Viúva” que são normalmente
utilizados para apoiar algum Irmão ou família necessitada, ou outros quaisquer
projectos de âmbito social que a Loja apoie.
Outras formas de pagamento
de salário poderão decorrer na Maçonaria ou no seio das
Obediências Maçónicas, mas decorrem apenas das suas obrigações administrativas,
nomeadamente o pagamento dos vencimentos aos funcionários administrativos que
trabalham nelas bem como algum tipo de “auxílio de custo” a quem, por qualquer
motivo necessário e relevante, represente a própria Obediência.
Assim, quanto a salários em Maçonaria, seus “ganhos” ou “gastos”, é mais “o que sai do bolso do que o que entra”, aliás,
esse é zero!
Apenas podemos contar com Conhecimento e Fraternidade!