terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

"Pedra Bruta (2)"


A Pedra Bruta à primeira vista, é apenas um pedaço de pedra tosca e imperfeita, um bocado de rocha com arestas vincadas e ásperas, sem forma definida.
Tal se assemelha ao Aprendiz Maçon quando entra em Loja pela primeira vez. Ele próprio é essa pedra grosseira. Ela representa o seu estado e o longo caminho que ele tem ainda a percorrer…
O trabalho do Aprendiz consiste no desbastar dessa pedra bruta; no seu aprimoramento pessoal e moral.
O Aprendiz com o auxílio do malho e do cinzel, com sua vontade própria e o desejo de melhorar, deve desbastar essa pedra bruta (ele) e dar-lhe forma, torna-la perfeita, com as suas faces bem polidas e transformar essa pedra, numa pedra cúbica.
E essa transformação, passa por numa fase primária, burilar as pontas, as arestas que a pedra tem. Tentar ele próprio, vencer os seus medos e receios, “acalmar” as suas ansiedades, adquirir a concentração e disciplina necessárias à tarefa a que se propõe. Só dominando os seus pensamentos poderá ele então dominar as suas atitudes. Pensando com a clareza e discernimento necessário para que nada diga ou nada faça que não tenha a certeza de o fazer.
 E só depois desse “pequeno/grande trabalho”, no qual, também expos o interior da pedra à vista de todos, o seu Interior (Alma), é que poderá então tornar a pedra mais harmoniosa, alisando e polindo a sua face, através da sua persistência em se tornar melhor pessoa, sendo mais solidário, mais tolerante e mais fraterno com o seu próximo.
Só assim, a pedra começará a ganhar a forma desejada, e se poderá concluir então, se o trabalho efetuado, se encontra no caminho certo.
E só pesando os prós e os contras, o antes e o depois, se conseguirá analisar o que se tem conquistado com este labutar. Que será sempre mais do que o que se perdeu ou gastou em tempo e energia para se poder dedicar a essa árdua tarefa. Certamente durante esse processo aumentou o seu conhecimento sobre várias matérias, mas acima de tudo, melhorou o seu auto-conhecimento (o mais importante deste processo).
Como proporcionalmente, se perderam vícios e comodismos que nada trazem de melhor à sua vida, e que só o “atrasam” na percepção do mundo em que vive.
E é nesse mundo profano, em que o Aprendiz vive, que deve ele usar os seus conhecimentos e a experiência adquirida no polir a sua pedra, que ele deverá exercer a sua influência. Sendo um exemplo de boa conduta para os demais, sempre cumpridor dos deveres e regras tal como qualquer outro cidadão seja obrigado a cumprir e a respeitar. Nunca estando acima da Lei, mas ao seu nível.
E apesar do trabalho de se desbastar a pedra bruta, ser um trabalho e caminho (evolução) pessoal, ele não se faz solitariamente. Existe sempre alguém pronto para o ajudar nesse percurso, nunca o facilitando, mas servindo apenas de apoio e guia. E esse acompanhamento, esse “guia”, ele pode encontrar na sua Respeitável Loja, refletido nos seus Irmãos.
E na sua Respeitável Loja, através da partilha mútua de conhecimentos e experiências em Loja com os seus Irmãos, fazendo uso do seu tempo disponível (às vezes sacrificando inclusive a sua família), se envolvendo mais nas atividades da Loja, estudando o catecismo, tomando atenção ao que lhe dizem e cumprindo de forma laboriosa o ritual, que o aprendizado do Aprendiz se faz (o próprio desbastar a pedra bruta, é um processo de aprendizagem e ensino).
Ele aprende porque usufrui da informação e experiências que os seus Irmãos lhe podem oferecer. Mas também deve ele ensinar os seu Irmãos, partilhando o que sabe e auxiliá-los no que eles mais precisem. Porque um dos seus próprios deveres, é também auxiliar os seus Irmão no desbastar das suas pedras… Pois também ele os “transforma”, com a sua forma de estar, exemplo de conduta e conhecimento.
Somente partilhando o que se tem, é que se pode obter mais, nunca num sentido material, mas antes, num sentido espiritual. Só doando parte dele próprio, poderá conquistar mais Conhecimento, ser Respeitado e ter a Amizade dos seus Irmãos.

Às vezes pensa-se que partir pedra e polir a mesma, é um trabalho fácil.
Mas desengane-se quem assim pensa. Se fosse assim tão fácil, eu não seria Maçon!
Disse.           

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

" O Pedreiro"


Na alvorada da manhã, segue o pedreiro o seu caminho.
Espera-lhe uma jornada longa e árdua.
Na sacola apenas leva o seu farnel, que lhe proporcionará as forças necessárias para que cumpra a sua missão...
Chegando ao local do trabalho, o pedreiro observa os seus irmãos e camaradas de labuta que lhe antecederam na chegada em franca e simpática harmonia.
A fraternidade entre todos existe e é amplamente notada, tal a alegria no ar...
Eis que chegada a hora de trabalhar, todos os pedreiros com as suas ferramentas de desbatar a pedra, quase que num movimento sincronizado dão início a mais uma jorna de trabalho.
A sua tarefa é a edificação de um templo de culto ao Homem. Não ao homem "vulgar", mas ao Homem divino.
Esse Grande Arquitecto que visiona e tutela as nossas "obras"...
Ao fim do dia, chega o pedreiro a casa cansado, mas com a sensação de dever cumprido.
Amanhã será um novo amanhã...
Logo um novo dia, logo o repetir de acções, gestos e tarefas que ele tão bem conhece e que tão bem aplica.
E isto fará o pedreiro sempre e de modo incansável, ostentando um sorriso sincero na face; ao longo dos tempos até que a Obra fique acabada...

Para quando eu não sei, mas ele também não o saberá...

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Sugestão Literária...


Como primeira sugestão de leitura, obrigatóriamente Vos sugiro as "Constituições de Anderson".

Livro:"As Constituições dos Franco Maçons", de James Anderson, Ed. Campo da Comunicação. (edição bilingue)

 Opinião: Apesar de escritas entre 1720 e 1721 pelo pastor prisbiteriano James Anderson, são ainda hoje em dia, a base das leis que regem a Maçonaria.
Nas suas páginas encontramos uma pequena "História da Humanidade" bem como os deveres de um Maçon.
Imperdivél.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

"Construtores..."


Numa catedral entrei

e os seus simbolos encontrei.

Grandes segredos desvendados,

que nas pedras foram talhados.



Inspirados construtores eles foram,

que do nada a maravilha criaram,

ainda hoje, as obras se sustentam

nestes anos que passaram.



Da arte e do seu engenho,

muitos edifícios foram construidos.

Hoje em dia são tão admirados,

como antes o foram nos tempos idos...



Com os seus traços,

muitas pranchas traçaram.

Das alcaçovas aos passos

muitas pedras lapidaram.



Estes construtores que nunca desapareceram,

refugiaram-se no secreto,

hoje em dia não edificam casas,

mas templos ao Homem discreto...