Começo o título do texto de hoje com a palavra "assombrações" porque de lés-a-lés surgem notícias que assombram o mundo maçónico.
Algumas vezes são verídicas e factuais, outras nem tanto, mas a maioria totalmente falsas. Contudo, as notícias que me suscitam alguma preocupação na verdade, são aquelas que são mesmo verdadeiras e que focam algo que foi feito ou envolveu de forma negativa algum membro da Ordem Maçónica.
Quando algum maçom transgride as regras da "civilização", seja através de condutas marginais ou por comportamentos ditos desviantes, e por isso mesmo passiveis de críticas por ultrapassarem qualquer tipo de razoabilidade, não será apenas o maçom em questão que sofre as consequências, mas a Maçonaria na generalidade; até porque a opinião pública irá sempre condenar a Maçonaria no seu todo e não apenas quem foi o causador da notícia ou situação em apreço.
Quando ocorrem esse tipo de situações, por norma, são sempre desenvolvidas novas teorias face às existentes bem como outras são usualmente relembradas, sejam elas verdadeiras ou falsas -para o comum dos mortais o que importa é falar, mesmo que não saiba do quê!- e são sempre lançados para a "fogueira" nomes de eventuais maçons, tenham essas pessoas ligações à Maçonaria ou não, acarretando sérios prejuízos para essas personalidades.
Naturalmente que todos os maçons condenam quem não sabe viver em sociedade, principalmente aqueles que se assumem como sendo "pessoas livres e de boa conduta", porque esses devem ter sempre algum cuidado e parcimónia nas suas acções, uma vez que estão sempre debaixo do escrutínio permanente do mundo profano.
Algo que os maçons deverão ter atenção é que devem nas suas práticas mundanas ter os mesmos comportamentos que terão na sua vida privada, ou seja, " fazer à vista de todos o que fariam se ninguém os estivesse a observar". E ter tal noção é uma forma de limitar acontecimentos onde poderão "derrapar" ou que sejam propícias situações impróprias para os maçons, seja a nível pessoal como colectivo.
O "segredo" que é análogo à Maçonaria também fomenta tais situações, porque pode levar a pensar que a coberto de um certo tipo de secreticidade tudo se possa fazer; o que na realidade é completamente falso!
A ignorância profana sobre o que se passa no seio das Lojas Maçónicas leva à efabulação sobre o que por lá é tratado. E essa é quiçá uma das condicionantes a que todos os maçons estão sujeitos.
Normalmente quando a Maçonaria é falada nos círculos mais mundanos é quase sempre referente a teorias que pululam por aí, sobre os rituais possíveis de serem praticados ou pela eventual identificação dos membros de alguma Obediência. Mas quando algum maçom se mete a jeito, tanto pior... A mediatização que envolva um caso que envolva um maçom ou algum alegado maçom é amplamente exponenciada, mesmo que o indivíduo seja inocente ou não. A fome pela obtenção de informação sobre qualquer coisa que envolva ou toque a Maçonaria é sempre enorme.
Mas quando é tornado público situações que envolvem conflitos de egos, usurpações de poder, ambições desmedidas, projectos pessoais e afins, obviamente que a crítica é forte e incisiva, pois se a Maçonaria se assume como uma Ordem de carácter espiritual, como podem ter lugar tais comportamentos!?
Mas a verdade é que eles existem e temos de viver com eles, tentando solucioná-los da melhor forma possível e caso a caso. E estes "fantasmas" que vão aparecendo de tempos a tempos e que alimentam o descrédito que a população tem sobre a Maçonaria é sempre alvo de repúdio, inclusive interno no seio das várias Obediências.
-Os problemas entre" egos e malhetes" acabam sempre por prejudicar o "esquadro e o compasso"...-
O que me remete em jeito de conclusão para a seguinte reflexão:
Farão estas individualidades tanta falta à Maçonaria que ela não subsista sem eles ou eles é que sentem que fazem falta à Maçonaria para que esta Instituição possa progredir?!"
PS: Texto escrito por mim e previamente publicado aqui.
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