segunda-feira, 21 de maio de 2012

Silêncio (II)...


Estar em silêncio ou permanecer em silêncio é uma das maiores capacidades que o Homem pode ter (e desenvolver).
Permite adquirir uma visão sobre as coisas que de outra forma não seria possível obter. Uma vez que, o silêncio convida à reflexão, limitando no imediato uma atitude impulsiva. E meditando (em silêncio) sobre determinado tema ou assunto, permite ao interlocutor, o seu estudo de uma forma atenta e interessada; o “excesso de ruído“ não permite que a mente se “clarifique”. Apenas em silêncio se é passível de atingir um estado de clarividência, um estado de consciencialização que trará benefícios espirituais ao próprio ser.
Todavia, para além de o silêncio ser uma virtude, também ele é uma proteção. Ou seja, permanecendo em silêncio, é se quase impossível errar, proferindo alguma afirmação errada. Como tal, estar “calado”, permite ao interlocutor, uma “defesa”, que se não se encontrasse nesse estado (“silencioso”) o levaria (ao próprio ou outrem) indubitavelmente ao erro. Este silêncio em que se deve permanecer é uma espécie de limbo, zona de pseudo-conforto, que possibilita e conduz à aprendizagem. Tal como a balança tem dois pratos, também existem sempre duas (ou mais…) opiniões sobre dada matéria/tema/ideia. Logo existe quem argumenta e quem contra-argumenta! E cabe a quem está em silêncio refutar para si e chegar a uma conclusão sobre o debate a que assiste. Nem sempre a conclusão poderá ser a mais correta ou a mais aceitável, mas é a sua. Foi a sua decisão pessoal, a sua opinião que contou. O seu “silêncio” possibilitou-lhe tal permissa.
E no dia em que perder essa capacidade de se (auto)silenciar e perder a ponderação/reflexão necessária para a tomada de ações e ideias, regrediu como ser pensante que faz parte de um Todo, em que qualquer ação tem a sua (contra)reação… um efeito borboleta tal que a mínima imponderação pode levar ao mais grave dos acontecimentos.
Por isso é que o silêncio permite aprender e compreender algo. Permite através da observação, audição e estudo, absorver o que existe e o que se faz ao seu redor; criando na mente “impressões” que se transformarão em ideias ou atos.
É por isso que na Maçonaria, nos seus dois primeiros graus tradicionais (Aprendiz e Companheiro), existe a “obrigação” da permanência em silêncio durante essa fase de pertença a esses graus simbólicos. O estar “calado” não é uma diminuição das faculdades do maçom, antes é, uma benesse que lhe é oferecida para que possa interiorizar da melhor forma possível e atendendo às suas capacidades, uma melhor compreensão sobre o vasto simbolismo inerente ao seu grau bem como da Maçonaria na sua generalidade.
Se alguém pensar que estar calado ou que tenha de permanecer em silêncio é um travão, de facto o é! É um travão à impulsividade e inconsequência que geralmente degeneram em estupidez e ignorância.
E se custa estar em silêncio, assistindo a toda a gente a falar?!
Talvez. Numa primeira impressão, sim. Mas ponderando um pouco, a resposta é obviamente que não!
Por isso se usa dizer que o “silêncio é de ouro”…

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