quarta-feira, 18 de abril de 2012

"A Luz..."

No momento da sua Iniciação, o maçom, recém neófito, vislumbra apenas uma réstia da Luz, uma porção da centelha divina.

Tal como na “Alegoria da Caverna” do filósofo grego Platão, também o neófito, não está preparado para receber a Luz na sua grandeza, uma vez que, ficaria ofuscado com a experiência e não recolheria os benefícios dessa exposição luminar.
Só através da sua longa caminhada maçónica, será possível ao maçom aceder à totalidade e imensidão da Luz e compreender a sua magnificência. Apesar disso, a Luz nunca o abandonará, pois a cada passo dado, a escuridão onde vive mergulhado se irá esbatendo, fruto do seu estudo e trabalho em prol do melhoramento da sua condição humana. E no dia em que partir para o Grande Oriente Eterno e se libertar do seu “corpo físico”, será para a Luz que o maçom se encaminhará.
A Luz por sua vez, não é uma luz literal, não é uma lâmpada ou um holofote; a Luz é um “estado de alma”, que só é alcançável a alguns, não os escolhidos, mas os que trabalham na senda de a atingir. E que trabalhando, retiram o véu que lhes cobre os olhos. Não é á toa nem por mera futilidade que os maçons quando alguém os questiona sobre o que sentiram e observaram quando tiveram contato com a Luz durante a sua cerimónia de Iniciação, afirmarem que é algo que não se consegue explicar por palavras, sejam quais forem… Uma vez que só passando por tal experiência e sentindo tudo o que há por sentir na sua Iniciação, pode alguém vivenciar tais sentimentos. É uma experiencia única e transcendental. Quase divinal
A Luz para os maçons também representa o Grande Arquiteto do Universo (a Divindade), e como tal, nas suas celebrações rituais, é imprescindível que os maçons dirijam o seu olhar para a Luz, por forma a venerarem e sentirem a Sua presença metafísica no templo. O que só é possível através de um certo estado de Iluminação, uma espécie de chamamento e estado de meditação que se sente no íntimo de cada um (por isso é algo que varia de Ser para Ser e só de forma gradual se a vai conquistando).
Concluindo, fica a reflexão: “tudo o que foi Luz à Luz retornará…”

4 comentários:

  1. É no ultimo paragrafo que reside a essência da coisa!A luz que está tão perto e que teima em não se revelar de "graça". Há que trabalhar esta coisa tosca; ora e labora...
    A3raço Nuno

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  2. Pois é Candido, que se desenganem aqueles que pensam que se pode atingir algo sem trabalho. No trabalho está o orgulho do Homem.

    TAF

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  3. Caríssimo Nuno,

    Muito ousadamente lhe peço permissão para realizar um pequeno adendo a reflexão: “tudo o que foi Luz à Luz retornará…”

    Partindo do referencial que a "Luz" é inerente ao Ser, esta idéia de dissociação (foi Luz) e reencontro (à Luz retornará) é fruto de ilusão (Maya segundo o conceito filosófico oriental), pois tudo está conectado a partir da Criação.

    A atitude de busca (desejo de encontro interpretado como reencontro), de retirada de véus, expressa simbolicamente (o símbolo sussurra ao Espírito) uma atitude legítima do Ser em participar gradativamente da evolução que é contínua.

    E a pura vontade de avanço há em todos os seres. Por vezes, interpretada no materialismo (posse), outras pela vontade de comunhão (partilha), mas trata-se da mesma Força, apenas redimensionada ao estágio de evolução em que o Ser escolhe experienciar.

    Avança-se, progride-se, multidimensionalmente. Não há para fora (percebe-se como), não há para dentro(sente-se como), não há para cima, não há para baixo, nem para esquerda, nem para a direita. Hão todas as direções, todos os planos, todos os tempos..., pois o progresso é a Lei.

    “Tudo É Luz..."

    Bem hajam!

    À Glória do Grande Arquiteto.

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