quarta-feira, 6 de julho de 2011

As Colunas na Arte Real...




À entrada de um Templo ou Loja Maçónica encontram-se em permanência duas colunas que simbolizam as colunas do pórtico de entrada do Templo do Rei Salomão, na Antiga Israel. As colunas Boaz e Jachin.

Boaz era avô do bíblico Rei David, e Salomão, seu bisneto, o glorificou nomeando a coluna da esquerda com o seu nome. Boaz é por sua vez também, a palavra hebraica que significa “força”.

Jachin, a coluna da direita, tem a sua origem numa pequena corruptela que deriva da junção da letra “Iod”, simbolizando Deus (“Jah/Yahvé”) com a palavra hebraica “Ahkin” que significa “estabeler”.

Cuja interpretação da leitura das colunas se poderá entender como Deus estabelecerá (o seu reino) na força”. Existindo aqui a clara impressão da presença do deus (Yahvé) do Antigo Testamento, um deus todo-poderoso, implacável e pouco tolerante com os erros dos seus seguidores, contrastando com o mesmo deus do Novo Testamento, este já, um Deus do Amor e da Paz.

  Todavia, existe também uma lenda enoquiana (pré-diluviana) que aborda a criação de duas colunas preparadas cada uma de um material específico de tal forma que uma resistisse à água (em argila) e outra ao fogo (em pedra) e que dessa forma não se perdessem através dos tempos...; e que no seu interior oco foram guardados vários textos que continham a sabedoria existente à época. Essas colunas designam-se por “Colunas de Seth”. O próprio reverendo James Anderson, nas suas “Constituições dos Franco-Mações” as tinha relembrado no contexto da “Lenda do Ofício”, em particular no Canto dos Mestres. E a Maçonaria atribui-lhes também uma particular importância.

Diz-se que os maçons encerram nas suas concavidades interiores, todos os seus segredos e sabedoria. Logo, eles não estarão à vista de qualquer um, mas somente de quem os saiba correctamente interpretar.

São essas as colunas que sustentam a nossa Ordem, pois ao “guardarem dentro de si” a sabedoria e conhecimento maçónico, obrigam a que os obreiros ao partirem a sua pedra (estudar/trabalhar), possam atingir essa sabedoria oculta no seu interior.

Quem ao entrar numa catedral, nunca reparou nos belos entalhes na pedra, símbolos esses do legado maçónico dos artificies pedreiros que na pedra, gravaram os seus conhecimentos e símbolos e que até hoje persistem nessas construções.
 

  Mas, ultrapassando a questão da existência simbólica e da simbologia da nomenclatura das colunas, no Templo Maçónico elas se encontram também tal como no Templo de Salomão, na sua entrada. Sendo por entre elas que os Obreiros efectuam a sua entrada em Loja. Admitindo-se desta forma, que elas formam uma espécie de portal imaginal para outra dimensão. Quando um Obreiro as ultrapassa, entra num novo mundo, a sua Loja Maçónica.

  Em Loja, existem também outras colunas.

  As colunas humanas, a Coluna do Norte e a Coluna do Sul, onde têm assento os irmãos Aprendizes (N) e os irmãos Companheiros (S). (os irmãos Mestres têm assento em ambas as colunas, ficando apenas localizados à frente dos restantes irmãos). E cada uma delas, depende de um Vigilante. A coluna do Norte tem como seu oficial o “Segundo Vigilante”, e a coluna do Sul, o “Primeiro Vigilante”.

As colunetas de Ordem Grega (Jónica, Dórica e Coríntia) que se encontram sobre o Pavimento Mosaico, e que representam as três Luzes da Maçonaria, a “Sabedoria”, a “Força” e a “Beleza”. 

As colunas zodiacais, que simbolizam os doze signos do Zodíaco e que se encontram espalhadas em partes iguais nas colunas do Norte e do Sul.
E finalmente, a Coluna da Harmonia, onde tem assento o Mestre da Harmonia. Irmão esse, que se encontra encarregado de “iluminar” o Templo com a sua arte musical.
E assim ficaram descritas as colunas maçónicas, cada uma no seu género, mas todas ligadas entre si…

2 comentários:

  1. Estimado Nuno;

    À noite quando entramos num estádio, vindos de um túnel, com pouca Luz, ficamos encadeados com toda aquela Luz que aponta para o campo, só passado algum tempo a nossa vista se começa a adaptar à luminescência, produzida pelos focos de Luz que as várias partes do campo aclareiam.

    Não será um apontar de um foco, para o Mundo Profano, sobre aquilo que só à Maçonaria diz respeito e nela deve ficar, a razão para que de alguma forma permite criar teorias e polémicas sobre o que na Arte Real se passa?

    Será que o constante brandir da Luz, perante olhos não preparados e ou habituados a Luz, não aumenta o encandeamento de quem fora está e assim imagens destorcidas e ou incompreendidas se possam criar?

    Não sou adepto de que tudo tenha que se esconder e ou das “coisas” não falar, mas tal como no exemplo que dei no princípio deste meu comentário, por vezes só mesmo o tempo permite com que se veja tudo o que ao nosso redor está, com maior clareza, e então se possa depois começar a olhar para a equipa, uma a uma, para o campo, para as bancadas, para as marcas do campo, enfim para tudo aquilo que num campo se possa observar.

    Se saídos da escuridão com um foco de Luz formos afrontados, nada do que se vislumbra é absorvido e ou possível de interpretar. Se para quem da Arte Real não faz parte e para ela não foi devidamente iniciado e preparado, de forma permanente e com convicção, receber dados soltos, reais ou não, dicas sobre conceitos, concretas e ou abstractas, razões do ser ou do como não ser, verdadeiras e ou falsas, é uma boa forma de divulgar a mesma Arte Real e ou estaremos apenas a contribuir para o permanente ofuscar do que “Ela” trata e dos fins a que se destina?

    Espero que entendas mais esta minha intervenção não como uma critica mas como e tão somente uma mais interrogação sobre a tão Aprimorada Arte Real, de quem, muitos, por desconhecimento e ou mesmo apenas mal dizer se dedicam a tentar desfazer o que de belo “Ela” têm e a perverter o Simbolismo que “Nela” existe.

    Um bem-haja a quem pela Luz e pela sua clarividência faz a sua caminhada.

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  2. Boas Marcos...

    Considero que só deva ficar "oculto", apenas o que oculto deve ficar.

    Se o recipendiário não está preparado para receber tais conhecimentos ou informações, deve antes o "formador" tentar criar formas para que a "mensagem" seja passada e interiorizada.
    Por vezes, tornar oculto, esconder de outrém, o que pouco de oculto tem, pode servir de fporma negativa para quem o faz. Isto é, é mais "um tiro no pé" que o contrário.

    Se os nossos antepassados por estarem mais preparados, formados, ensinados que outros, tivessem ocultado tais conhecimentos, não tivessem os partilhadop sob a forma de Ciência, Tecnologia, Literatura e por aí fora, a Humanidade teria perdido mais do que o que obteve.

    Por isso digo, se a "Luz" for demasiado forte, então que se prepare o observador que não tem qualificações, mas que por vontade própria quer ver... Tal como Platão nos ensinou na sua "Alegoria da Caverna".

    Quanto à vontade do Homem ela depende apenas dele próprio. As suas ações dependem apenas da sua própeia vontade. Se perverte, se insinua, se difama, eu um problema seu pessoalmente. Pois não absorve o melhor que pode daquilo que ataca. Por isso é que a maioria dos ataques que a Maçonaria recebe é de gente que não quer "ver", isto é; apenas quer ver e encontrar aquilo que já tem em mente que irá encontrar.

    Se um "difamador da Ordem" tiver a mente aberta e não presa a dogmas intolerantes e fanáticos, depressa perceberá o sentido da Arte Real...
    Se não assim fizer, nunca a conseguirá compreender.

    abraços

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