Hoje trago-vos o livro “Salazar, o Maçon” de José da Costa Pimenta.
Este livro é uma obra interessante do ponto de vista em que sugere a teoria de que António de Oliveira Salazar teria ligações à Maçonaria Portuguesa.
Nos vários capítulos do livro, o autor aborda e analisa várias situações decorrentes do comportamento e forma de agir de Oliveira Salazar; que segundo o autor, denunciariam a sua suposta pertença à Ordem Maçónica. Quanto a provas e confirmações desta teoria, não há nada que o comprove a não ser as ideias do autor.
Sabe-se que Oliveira Salazar teve uma relação forte com a Igreja Católica, devido à sua educação e formação pessoal, bem como à sua enorme amizade com o Cardeal Cerejeira, pessoa importante no regime do Estado Novo.
Todos sabemos que a Maçonaria foi bastante discreta durante o Estado Novo, fruto de alguma perseguição por parte da P.I.D.E., mas nada existe a comprovar uma relação directa entre esta e alguma opinião pessoal anti-maçónica por parte de Oliveira Salazar.
Do que li, nada me fez chegar à conclusão de que Oliveira Salazar foi efetivamente maçon a não ser algumas coincidências comportamentais em certas ocasiões, algumas contudo retiradas por certo, do contexto de onde sucederam para poderem justificar a opinião do autor (minha opinião).
De facto, o livro é interessante apenas devido às congeminações feitas pelo autor e principalmente pelo apêndice final, em que vêm publicadas várias supostas fórmulas de reconhecimento entre maçons de vários graus, desde o primeiro grau ao trigésimo terceiro grau do Rito Escocês Antigo e Aceite. Algo que para profanos é sempre mais um ponto de interesse. Não posso confirmar se na realidade estas fórmulas de reconhecimento são verdadeiras, pois não conheço grande parte dos graus deste rito, mas mesmo que os conhecesse, nunca eu os poderia revelar ( por razões óbvias).
No seu todo e na minha honesta opinião, acho o livro um pouco pobre de conteúdo, isto é, o autor mistura vários contextos maçónicos sobre variadíssimos graus como se fosse tudo a mesma coisa. (Não percebo qual a sua intenção ao efectuar tal confusão, só decorrendo a mesma da sua iliteracia maçónica, por suposto). Para além de que, esta obra não traz nada de novo a um género literário já tão cheio de supostas teorias que apenas fomentam a desinformação ou confusão entre os leitores. Sendo por isso, que ficará ao critério dos leitores desta obra; se a informação revelada por Costa Pimenta é real e factual ou não.
No fundo, parece-me em meu entender que o autor ao querer revelar per si supostos rituais maçónicos, utilizou o nome de Oliveira Salazar apenas como mote para publicitar o seu livro.
Fica aqui a minha sugestão literária: “Salazar, o Maçon” de José da Costa Pimenta, Bertrand Editores.
A ler…
Oh Nuno, tenha paciência!
ResponderEliminarQue o titulo possa despertar curiosidade, aceito a divulgação naturalmente, agora que recomende um livro que você considera medíocre....isso não vale.
Não acertou desta vês, aguardo atentamente o próximo. Boa sorte nas escolhas caro Nuno.
Boas Candido,
ResponderEliminarAgradeço o "reparo".
Mas como tal, clarifico a minha sugestão desta semana.
Apesar de eu não achar o livro por "aí àlem", essa é apenas a minha humilde opinião, haverá por certo que o ache um livro bom, outros talvez existam que o classificarão pior que eu.
Sugiro o livro, em virtude da teoria que o autor aborda, e como tal, temos de ter a mente aberta a ( e tolerar) outras teorias que não as vigentes. Por isso é q o sugiro.
Aos maçons, este livro pouco trás de mais a eles; mas aos profanos, no meu entender, é um livro interessante face às supostas teorias rituais que vêm no apex do livro.
E eu não posso só sugerir os livros de que eu goste de ler... Também devo sugerir outros, que após a sua leitura, os leitores os poderão comentar e criticar.
Se positivamente ou o seu contrário, já depende das conclusões que os leitores pessoalmente possam retirar da leitura dos livros por mim sugeridos.
Por enquanto apenas tento sugerir livros lidos por mim, que abordem a Arte Real. Se os mesmos são de qualidade, apenas os leitores os classificarão. :)
Por isso fico a aguardar as "criticas" às minhas sugestões, e o Candido tem a "porta aberta" sempre para o fazer. :)
ABR
Caro Nuno, não há contradição entre a estrutura de governo implementada por Salazar (regime autoritário semelhante ao fascismo, nazismo,...) e os ideais maçônicos (que primam pela liberdade, igualdade e fraternidade)?
ResponderEliminarBoas Jocelino....
ResponderEliminarDe facto até existe alguns paradoxos entre o regime salazarista e os ideias que a Maçonaria defende, sim.
Por isso, é que regra geral, se pode assumir que muito dificilmente Salazar fosse maçon.
Se o era, posso afirmar que muito "recalcado", pois estaria em permanente contradição com o que defenderia supostamente.
ABR
Boas Nuno
ResponderEliminarA tolerância é uma virtude muito cara na Maçonaria, grande defeito para os ditadores que reconhecem a intolerância como valor. Ora, quem assim vê, Maçon não é seguramente.
Abraço
Boas Nuno.
ResponderEliminarA propósito do dia mundial da poesia,permita que deixe aqui este endereço. Foi uma noite inarrável que o Luís de Matos resumiu bem.
Um abraço e desculpe a intromissão.
http://ihshi.com/wp/archives/1714
Quero cumprimentar o autor do texto acima, sobretudo pela inteligência e lucidez com que escreve a seguinte frase: «ficará ao critério dos leitores desta obra; se a informação revelada por Costa Pimenta é real e factual ou não.» Entretanto, diz quem leu que tudo confere. Por exemplo, os toques, os sinais e as plavras sagradas, ocultas e de passe são mesmo os toques, sinais e palavras oficiais fixadas pelo Cobridor Geral de Lausana. O mesmo se diga do restante conteúdo do «Cobridor Universal» constante do Apêndice da obra em causa. O que se tem dito é que o entendimento completo do livro só é integralmente atingível por quem tiver conhecimentos muitos razoáveis de disciplinas como a Lógica, Semântica, Linguística, Filosofia da Mente e Psicologia, por um lado, e, cumulativamente, por quem tiver conhecimentos profundos de todos os graus do Rito Escocês Antigo e Aceite, em particular dos «Graus Administrativos» (31.º, 32.º e 33.º), por outro lado. Sem conhecimentos sólidos dessas duas vertentes, profana e maçónica, qualquer crítica arrisca-se a não fazer boa figura, uma vez que o seu autor pode ser considerado como não detendo as «competências» necessárias para o efeito. Será assim?
ResponderEliminarBoas Paulo,
ResponderEliminarOra nem mais.
Por isso é que quanto aos toques, palavras e sinais de reconhecimento afirmei que não conhecia grande parte deles, mas dos poucos que conheço, também eu não os posso confirmar :)
Mas nada que com algum labor não se consigam encontrar por essa internet fora. :)
Quanto á opinião sobre o livro, em momento algum fiquei com certeza de alguma coisa. Espero por algo "mais" que confirme as teorias suscitadas pelo autor do livro.
No fundo é interessante a leitura apenas para tomarmos conhecimento de mais uma teoria entre muitas que existem.
Mas apenas cada um, no seu íntimo poderá destrinsar e aceitar a que melhor lhe convier ou que lhe pareça ser a mais correta.
ABR