segunda-feira, 23 de maio de 2011

O "Segredo Maçónico"...

  Muito se fala e especula sobre o segredo maçónico. O que é, o que será e o que representa.
Ele não é mais que uma conduta de Vida. E como tal não tem nada de segredo ou escondido.
  O tal segredo, como se costuma designar, é a forma de como o Maçom vive a sua vida. A forma como respeita, tolera, ama e se solidariza com o seu próximo, é que é a parte prática do segredo; pois a parte teórica está ao alcance de qualquer Homem se assim o pretender conhecer. São as boas normas de conduta moral e social que guiam o Maçom no seu dia-a-dia. E isso não tem nada de segredo, basta os curiosos atentarem na forma de estar e viver dos Maçons para perceberem afinal de que de segredo não há nada. O único segredo é de que tudo está à vista de todos, e tal como o ditado, “quanto mais à vista, menos se vê”, assim está o segredo maçónico. Tudo o resto, com trabalho, empenho e estudo é fácil de se descobrir
  A vasta literatura maçónica que encontramos ora seja em livrarias especializadas ou na internet, nem sempre é fidedigna; pois a sua maioria é escrita por profanos, que por sua vez, também eles, têm um contato muito superficial e limitado com os mistérios da Ordem; advindo dessa restrição, a impossibilidade de providenciarem informação correta e fatual.
Uma grande parte dos rituais, palavras de passe e sinais que “pululam” por esse mundo fora, podem inclusivé não serem verdadeiros, ou o sendo, estarem desatualizados face aos dias de hoje. Causando dessa forma, enorme confusão aos detratores da Maçonaria, sobre quais afinal serão os seus segredos e mistérios.
  Apesar do core secret ser a “conduta do maçom”, tal como já afirmei, existem também “segredos” (ou neste caso concreto, informações) que devem ser conservados apenas entre Maçons.
E são para ser conservados tais segredos, porque fazem parte de um comprometimento pessoal em os honrar; e um maçom como pessoa honrada que deve ser, assim o deve escrupulosamente cumprir.
Os tais segredos que a maioria dos curiosos quer saber, mas que lhes estão vetados ao conhecimento (e passo a explicar o porquê) são:
Ø  Não revelar a condição de um Irmão maçom a profanos, porque dessa revelação poderão advir sérios prejuízos ao Irmão em causa, fruto da ignorância e malvadez de gente mal informada sobre o que trata a Ordem Maçónica.

Ø  Não revelar os rituais maçónicos e/ou cerimónias onde os mesmos são executados. Porque o seu conhecimento e execução poderão não ser compreendidos por quem receber essas informações, bem como, se os recipiendários, não sendo maçons, nada fariam de interessante ou fenomenal com essas informações.
Mas fundamentalmente, porque tais rituais e cerimónias não devem ser de domínio público, porque quaisquer cerimónias e rituais executados devem ser sentidos e vividos por quem os executa e vivência. Logo, se tornaria irrelevante o seu conhecimento ao público em geral, que não os interpretaria da melhor forma.


Ø  Não revelar o que se passa no seio de uma sessão ritual maçónica, nem quais os maçons nela presentes. Uma vez que, se outros guardam para si o que fazem nas suas casas, porque não os maçons poderem fazer o mesmo na sua casa?!
Não terão eles esse direito também?!
No fundo, é uma questão de “justiça social” ser respeitada a privacidade das reuniões de maçons. Porque para além de também eles, respeitarem a privacidade de outras organizações e particulares. Também o público em geral assim o faz.
Se o “direito à reserva de intimidade” existe para ser cumprido, então que seja por todos!

Ø  Não revelar as formas de identificação e reconhecimento entre maçons. Porque sendo algo do seu foro íntimo, deve ser respeitado como tal. E porque acima de tudo, a sua função serve apenas para reconhecimento de e entre Irmãos e nada mais. E uma vez que não se deve revelar a identidade de um irmão maçom a profanos, logo se for do conhecimento geral as formas de reconhecimento, facilmente se saberá quem é maçom e quem não o é. E se em Liberdade e Democracia isso é de somenos, em regimes ditatoriais, isso seria bem nefasto aos maçons. Pois quem defende valores de Igualdade, Fraternidade e Liberdade, não costuma ser bem tolerado nesses países.

Ø  E finalmente não revelar a outro Maçom, informação referente a grau superior ao que ele se encontrar. Porque para além de retirar o efeito surpresa ao Irmão em causa, na execução dos rituais do grau em questão, estará também a fornecer conhecimentos que possivelmente não lhe sejam inteligíveis. Ou seja, se a um maçom lhe for fornecida informação de um grau superior, ele não a saberá interpretar corretamente, para além de não a executar ritualmente na forma devida. O que ao contrário de melhorar a sua “cultura maçónica”, só o irá “prejudicar” na sua formação e caminhada como maçom.

Quanto ao resto, isso eu não posso contar, porque é “segredo”

4 comentários:

  1. Com certeza Nuno... e o que cada um vivencia só a ele diz respeito! Como diria S João" queres ver o Templo, pega num espelho". O resto,.... não tem segredo nenhum, está nas livraria ou na net.
    Abraço

    ResponderEliminar
  2. Estimado Nuno Raimundo;

    Creio que o Segredo da Maçonaria é um e apenas um que é:
    “Afinal não existe nenhum segredo”.
    Ou seja aquilo a que muitos de nós dizemos “A montanha pariu um Rato”.

    Na ingenuidade de um mero profano, creio que o tão divulgado Segredo, por ser tão divulgado, não pode ser segredo algum, não passa de umas fantasias, talvez criadas por alguns Maçons, ou não, apenas para dar sobre a ordem uma atenção e mediatização, que para os que fora dela estão atentos fiquem e curiosidade desenvolvam.

    Pessoalmente todo aquilo que o Nuno refere como sendo os segredos poderão realmente ser segredos, mas não da Maçonaria em exclusivo, senão vejamos:

    O marido e a mulher deve, ou não, guardar reserva sobre o que no seu seio e no seu intimo se passa?

    Os filhos, netos e todos os demais familiares, devem ou não resguardar informações sobre os seus familiares e ou sobre os problemas que no seu seio e no seu mais íntimo detalhe existam e ou possam existir, para com isso não se prejudiquem e ou possam prejudicar terceiros?

    Devemos nós profissionais guardar ou não a informação que detemos, face às empresas onde prestamos serviço e ou das quais somos detentores?

    Nuno como é fácil de avaliar outros tantos, ou mesmo muitos mais exemplos podia eu referir, o que quero apenas frisar é que ninguém considera secreto, ou sociedade secreta uma família que se reserva ao seu direito de guardar para si o que é seu, nenhum casal é acusado de ser mau feitor e ou membro de uma seita, por reservar e dar-se ao direito de reserva daquilo que é do sei intimo e de seu pormenor, nenhum profissional é considerado mafioso e ou membro de uma sociedade secreta por não revelar os segredos e dados das suas empresas, pelo contrário em caso contrário, ao da reserva e ao segredo, nas situações anteriormente identificadas é até considerado de mau tom, desonra e ou criminalmente punível o relevar desses segredos e ou informações.

    Aquilo que com este meu Post quero dizer é que eu não considero que existam segredos na Maçonaria, o que, repito, para mim, existe é o direito de reserva, e muito bem, de guardar para cada Maçom, e para o grupo de Maçons aquilo que apenas a eles faz sentido e ou diz respeito e a isso, como o Nuno refere, todos tem direito, sem que para tal tenham de ser essas mesmo reservas declaradas secretas e ou de segredo, eu prefiro os termos reservados e ou de direito próprio à reserva individual e intima.

    Bem-haja quem da reserva e pelo direito à reserva, faz direito dos seus direitos.

    ResponderEliminar
  3. Boas...

    Ambos os dois, Candido e Marcos, entenderam a essência do post.

    O Importante mesmo é vivenciar a "experiência" em si e o sentimento de fraternidade que existe entre Maçons.

    Quanto ao restante, o sentido de Honra e o Respeito pelos Usos e Costumes da Maçonaria fazem o "resto".

    abraços aos 2

    ResponderEliminar

Este Blog é um espaço onde impera a Verdade,a Liberdade,a Justiça, a Tolerância e o Bom Senso.
Por isso Você é Livre de opinar.
Apenas lhe é pedido respeito pelo autor.